PUBLICADO EM 24/02/15 - 03h00
INTERNET
‘Geração Z’ e a necessidade de ficar conectado o dia todo
Padrões de consumo, de socialização e de informação sofreram mudanças
Paris, França. Velocidade? Sim. Paciência? Não. Redes sociais? Sim. Livros? Não. Ambição? Sim. Obediência? Não. Videogames? Sim. Esportes? Não. Fique de olho na “geração Z”, apressada, pragmática, autônoma e teimosa.
Fascinados por sua fusão com o mundo digital.
Eles navegam em várias telas e estão acostumados ao “tudo ao mesmo tempo, agora”. Soa normal pagar muito pelo último smartphone e, ao mesmo tempo, baixar gratuitamente filmes e músicas na internet.
Os códigos dos adultos parecem defasados para eles, que gostam das marcas “rebeldes” e se informam, sobretudo, por meio das redes sociais, segundo estudos realizados na Europa e nos Estados Unidos por grandes empresas, como BNP e Ford, que querem entender seus futuros clientes.
Esses jovens, com idades entre 13 e 20 anos, se consideram de mente aberta e inovadores, mas reconhecem que são impacientes e cabeças-duras.
Adotam os modismos que se propagam pela internet em todo o planeta, seja por meio de sucessos de bilheteria norte-americanos, como “Jogos Vorazes” ou “Divergente”, ou a K-Pop coreana. Seu vocabulário é repleto de acrônimos e anglicismos.
Seus ídolos são astros da internet, como o sueco PewDiePie, comentarista de games que tem mais de 30 milhões de seguidores no YouTube.
Amigos
Seus amigos das redes sociais são tão importantes quanto os da vida real e, às vezes, acabam se encontrando pessoalmente. Desde os 16 anos, até mesmo antes, frequentam páginas de contatos. Mais da metade dos Z considera que a autêntica vida social acontece nas redes, onde 84% têm conta registrada, segundo a agência JWT.
Seus amigos das redes sociais são tão importantes quanto os da vida real e, às vezes, acabam se encontrando pessoalmente. Desde os 16 anos, até mesmo antes, frequentam páginas de contatos. Mais da metade dos Z considera que a autêntica vida social acontece nas redes, onde 84% têm conta registrada, segundo a agência JWT.
Trabalho
Entre 50% e 72% desses jovens não querem uma “empresa”, e sim criar sua própria “start-up”, segundo diferentes pesquisas. Filhos da crise, têm critérios muito definidos com relação as suas escolhas profissionais. Na França, pelo mesmo salário, 25% elegeriam a empresa mais divertida, 22%, a mais inovadora, e 21%, a mais ética.
Entre 50% e 72% desses jovens não querem uma “empresa”, e sim criar sua própria “start-up”, segundo diferentes pesquisas. Filhos da crise, têm critérios muito definidos com relação as suas escolhas profissionais. Na França, pelo mesmo salário, 25% elegeriam a empresa mais divertida, 22%, a mais inovadora, e 21%, a mais ética.
Telas
Os Z passam mais de três horas por dia na frente de telas, segundo o escritório de estudos Sparks and Honey. Sofrem de “Fomo” (“Fear of Missing Out”), o medo de perder alguma coisa, e odeiam a ideia de não estar conectados. Não lhes basta consumir séries e filmes; querem criar seu canal no YouTube ou blog de vídeo.
Os Z passam mais de três horas por dia na frente de telas, segundo o escritório de estudos Sparks and Honey. Sofrem de “Fomo” (“Fear of Missing Out”), o medo de perder alguma coisa, e odeiam a ideia de não estar conectados. Não lhes basta consumir séries e filmes; querem criar seu canal no YouTube ou blog de vídeo.
Fonte:http://www.otempo.com.br/interessa/comportamento/gera%C3%A7%C3%A3o-z-e-a-necessidade-de-ficar-conectado-o-dia-todo-1.998640
Novos talentos. Gabriel da Silva, 17, é o retrato dos jovens da geração Z: ama tecnologia e quer trabalhar com o que gosta, no conforto de seu lar
DESAFIO
Geração Z leva o século XXI para dentro das empresas
Companhias tradicionais terão mais dificuldades de recebê-los, pois esses jovens nascidos na era da internet são mais exigentes e não gostam de hierarquia; por outro lado, são superconectados e podem se tornar um profissional multitarefa.
Primeiro, o estudante Gabriel Marques da Silva, 17, estranhou ter que trocar de setor a cada três meses na empresa em que trabalha, mas só o fato de pensar na possibilidade de uma rotina monótona o fez superar o medo e a ansiedade do primeiro emprego. “Gosto de desafios, estou sempre buscando o novo, mais conhecimento a cada dia. Faço parte da geração que nasceu no meio da tecnologia. Não consigo ficar parado”, admite.
Mariana atua como videomaker e tem integração muito grande com a tecnologia
Os fones de ouvido e o celular sempre à mão falam por si. Eles não costumam fazer muito barulho por onde passam, mas, no mercado de trabalho, o impacto da chamada Geração Z promete ser grande. São pessoas nascidas entre 1990 e 1999, já na era dos smartphones.
Estima-se que 34,9 milhões de brasileiros se enquadrem nesse perfil, o equivalente a 16,7% da população do país. Esses jovens que não separam o mundo online do offline já representam 2% da força de trabalho, ou 2 milhões de brasileiros, devendo chegar a 20% em 2020.
Para alguns especialistas, os nascidos neste milênio serão chefes da geração Y (de 20 a 37 anos) em pouco tempo. Atualmente desempenhando funções no setor de marketing e relacionamento do Ensino Social Profissionalizante (Espro), Silva pensa mesmo em atuar na área de tecnologia e com tarefas que possa desenvolver no conforto da sua casa. Tudo pelo bem-estar na vida pessoal e na profissional, como mostra estudo da empresa norte-americana Robert Half em parceria com a Enactus, com 770 jovens Z.
Exigentes e autodidatas, além de não gostarem de hierarquias rígidas e horários poucos flexíveis: para 64% dos ouvidos na pesquisa, mais importante do que “ser chefe” é ter oportunidade de crescer no emprego, na profissão, na vida. Já a conquista de cargos altos é objetivo de apenas 3%.
Para essa geração Z, por exemplo, ganhar menos, desde que o emprego seja mais agradável, não seria um problema. Segundo a coach de vida e carreira Ana Lisboa, esses jovens entendem que o trabalho é apenas uma parte do que é necessário fazer ao longo do dia, mas não é o principal motivo da vida deles. “A geração Y, que veio antes da Z, respeitava regras, mas já achava que o mando do jogo não estava totalmente com a empresa. Já os mais novos acham que trabalhar é legal, mas não precisam morrer por causa disso”, diz.
Questões. O primeiro desafio, no entanto, segundo a pedagoga e supervisora de educação profissional da Espro Kellia Marla, é desenvolver a maturidade. “Eles são muito ansiosos, muito rápidos, não conseguem esperar. Esse imediatismo tem a ver com o fácil acesso ao grande volume de informações. Falta ter foco e atingir um ponto de equilíbrio para amadurecer tudo o que eles têm de bagagem de informação”, avalia.
Há uma tendência de que sejam futuros profissionais com abordagem mais generalista, mas com o perfil multitarefa. Além disso, não estando tão preocupados com as questões organizacionais, e, sim, com as pessoais e com o quanto podem ser felizes e se desenvolver, eles se tornam mais individualistas.
Para a geração que não vive offline, mas está quebrando alguns tabus em relação à produtividade, trabalho e prazer, atuar em equipe também gera certa resistência. “A timidez é uma característica dessa geração. Por ficarem muito calados, ouvindo música e mexendo no celular, eles não têm uma boa interação. A dificuldade de trabalhar em equipe e do contato físico existe, e eles ficam mais isolados”, reconhece Kellia.
Basta saber agora se o atual mercado brasileiro está preparado para abrigá-los. Segundo Ana, nas empresas tradicionais, a adaptação tende a ser bem mais complicada, e os jovens Z podem não ter uma vida longa. Segundo a coach, nas culturas organizacionais com chefes da geração X (nascidos entre 1960 e 1979), os choques serão grandes. “É a primeira geração que já nasceu com a internet. Eles não se desconectam, e, por isso, empresas que cobram uma obrigação quase cega não são atrativas para essa geração”, observa.
Assim como o comportamento dos jovens, as organizações também devem estar em constante evolução, e, para elas, o desafio maior será o de atualizar seus negócios e criar novas formas de liderança e motivação, além de programas de carreira atrativos para reter esses talentos.
Minientrevista
Fátima Orci, psicóloga, master coach e master PNL. Sócia-fundadora da Assessoria de desenvolvimento humano Fors & Yamaguti
A geração Z ainda é uma incógnita para empresários e líderes?
Sim, porque é uma geração que vem muito conectada com essa era da informação. Então, é uma geração rápida na busca, na assimilação e bastante focada naquilo que ela quer. Porém, um pouco diferente da geração Y, pois está buscando equilíbrio na questão da qualidade de vida. E os gestores na maior parte das empresas ainda estão focados no alto desempenho, nos resultados a qualquer preço e custo. Essa geração começa a trazer questionamentos para esse modelo de negócio.
Então, as empresas que compreenderem as características desse novo grupo profissional e se adaptarem a esse público sairão na frente?
Penso que sim. No entanto, é um grande desafio porque a maioria das empresas ainda está sustentando a consciência da entrega e do resultado, mas sem olhar o caminho sustentável para que essa entrega aconteça. Os profissionais da geração Z vêm com boa formação, bagagem e são comprometidos não só com a entrega, pura e simplesmente, mas também com o que significa essa entrega e com a missão deles na empresa. O trabalho, para eles, não é só mais uma atividade profissional onde eles vão obter status e sucesso, com a alta remuneração em foco. Eles têm como foco a própria gestão da vida e do seu bem-estar. Para entregar um bom trabalho, é preciso estar bem. Além disso, são profissionais que não mais estabelecem uma relação de dependência com seus gestores.
Outros especialistas acreditam que os nascidos neste milênio serão chefes da geração Y em pouco tempo. Como serão esses chefes?
Esses futuros gestores da geração Z vão dar muito mais foco para o processo, para o caminho até o resultado final – e não no resultado em si –, diferentemente do pessoal da geração cujo processo pouco importa. O que observo nos atendimentos é que esse jovens Y, tanto homens quanto mulheres, estão desenvolvendo patologias que antes só eram vistas em pessoas mais velhas, como depressão, síndrome do pânico e quadros de câncer, justamente porque os níveis de estresse são altamente intensos com relação às entregas e ao comprometimento no trabalho. Os gestores dessa nova geração Z estarão muito mais preocupados em garantir um processo mais ecológico, onde a construção é mais sustentável e saudável ao longo do tempo. Para eles, a saúde emocional do funcionário é tão importante quanto a saúde intelectual.
O que então eles poderiam resgatar de outras gerações (baby boomers, X e Y) para poder ajudá-los nessa caminhada?
Hoje as empresas fazem muitas reuniões por conferência, resolvem muitas coisas pelo e-mail e WhatsApp, mas chega um momento em que esses recursos não substituem o contato pessoal. Pode parecer simples, mas resgatar esse contato com o outro, aquele momento do café, de “jogar conversa fora”, é importante para se abrir para as trocas de novas experiências e de não mais ter a máquina como mediadora das relações. (LM)
Blogueira vira empresária nos EUA
A moçada com perfil Z também tem uma veia empreendedora mais forte do que a de outras gerações. “Não sei se eles vão querer ficar muito tempo trabalhando para alguém. Vão querer ter a própria start-up, montar um blog... Como os pais dessa galera são da geração Y, é mais fácil que eles deem total apoio às iniciativas empreendedoras dos filhos”, aposta a coach Ana Lisboa.
É o caso da jovem Nina Negre, 20. Tudo começou com o blog Hey Florida, que nasceu para que ela pudesse mostrar a sua família e aos amigos que haviam ficado no Brasil suas experiências – leia-se dicas de restaurantes e passeios – nos Estados Unidos.
O sucesso foi tanto (ela contabiliza mais de 30 mil curtidas no Facebook por postagem) que Nina e sua mãe, Rose Negre, abriram a agência de turismo receptivo Hey Florida Travel, que oferece suporte aos turistas brasileiros que desembarcam nos aeroportos internacionais de Miami e Fort Lauderdale. “Na verdade, desde criança eu sempre brincava de montar empresas, e com 8 ou 9 anos já alugava revistinhas para meus colegas de aula, vendia pulseirinhas, enfim, estava sempre inventando algo que pudesse me dar a sensação de que eu estava empreendendo e gerando resultados”, lembra a jovem.
Praticamente todos os clientes da agência ficam sabendo dos serviços prestados pelas redes sociais, como Instagram, Snapchat ou mesmo pesquisando pelo Google. Por isso, segundo Nina, seria praticamente “impossível” atingir os mesmos resultados e toda essa proximidade sem estar presente na rede. Para ela, o ambiente ideal de trabalho é onde tiver conexão de internet, seja na praia, em cafeterias, em hotéis, aeroportos ou mesmo no conforto de seu quarto.
“Nunca me imaginei trabalhando em uma profissão no estilo tradicional, dentro de uma empresa, cumprindo horário e tarefas limitadas. Amo muito ter essa liberdade e flexibilidade no meu dia a dia. Eu não tenho uma rotina certa de trabalho, estou frequentemente viajando em busca de novos conteúdos, locais legais para conhecer e sempre cuidando de cada detalhe dos passeios de nossos clientes”, conta. (LM)
Jovem busca ser feliz e valoriza experiências com outras gerações
Em sua rotina como estagiária de videomaker, Mariana Corrêa da Silva, 19, lida principalmente com profissionais de no máximo uma geração anterior (nesse caso, a Y) e por isso, logo em sua primeira experiência profissional, ela se considera “afortunada”, ao contrário de outros colegas, cujo desafio vai além das tarefas corporativas.
“Numa escala geral, observo que muitos jovens enfrentam como desafio o conflito de ideias, pois as gerações passadas têm uma forma de trabalho já estruturada, o que torna difícil para que eles cedam às inovações que os mais jovens procuram trazer”, pondera.
Mariana diz que consideraria a experiência de trabalhar em profissões atípicas aos nativos digitais como aprendizado. “Não deixaria de pelo menos tentar e de aprender o máximo possível com a estrutura, os chefes e as rotinas, mesmo que isso exigisse uma adaptação aos processos daquela empresa, o que geralmente é o mais difícil”, afirma.
E, assim como os jovens de sua idade, daqui a dez anos ela espera “estar feliz”, em um cargo de liderança, mas principalmente “de confiança”, exercendo um trabalho que inspire e que seja bem reconhecido. “A questão financeira é um dos pontos que mais preocupam, mas ela virá com a execução de um trabalho benfeito”, finaliza.(LM)
UM OLHO NO CELULAR, OUTRO NO ‘MINECRAFT’
Século XXI. Os jovens nascidos a partir do ano 2000 são conhecidos como “nativos digitais”, “geração fundadora”, “milenials” ou “globalists”, entre outras definições.
Ambiente de simulação. No topo da preferência desses jovens estão jogos como o “Minecraft”, em que a construção de mundos e personagens junto com outros jogadores é um dos objetivos. O Facebook, por exemplo, é um ambiente mais polarizado, com um debate fraco, que gera um comportamento mais infantil.
Fonte:http://www.otempo.com.br/interessa/gera%C3%A7%C3%A3o-z-leva-o-s%C3%A9culo-xxi-para-dentro-das-empresas-1.1335670
AUTODENOMINAÇÃO
Geração fundadora tem um olho no celular, outro no 'Minecraft'
Nome dado aos nascidos digitais foi escolhido por eles
SÃO PAULO. No quarto que Gabriel Monteiro Praça, 12, divide com a irmã, há legos montados em formato de aviões e medalhas de campeonatos de futebol. O garoto está no sexto ano do ensino fundamental e, depois da escola, veste o uniforme do Palmeiras segue para a escolinha de futebol, em São Paulo. Apaixonado também por quadrinhos, coleciona livros de personagens como Flash e Batman. Mas, perguntado sobre qual é a sua atividade favorita, Gabriel não hesita: ficar na internet, empatado com o futebol, segundo ele.Fico umas cinco horas online por dia, conta.
Os quadrinhos dividem espaço com caixas de jogos como Minecraft e Roblox. Ainda não joguei o Minecraft online, mas converso com meus amigos por Skype durante o jogo. São tão realistas, parece que foi gravado, é como se fosse verdade, diz Gabriel, que, além de jogar na internet, assiste a vídeos de canais do YouTube, como Patife e Authentic Games. E, claro, acompanha canais de que mostram partidas de futebol internacional, como as da Liga dos Campeões.
Nascido em 2004, o garoto é mais um nativo digital. Sua geração, dos nascidos após os anos 2000, tem sido chamada de geração Z, globalists e tantas outras definições. Em dezembro do ano passado veio a última, geração founder, ou geração fundadora, em pesquisa divulgada pela MTV norte-americana. Em entrevista com mil jovens com idades entre 13 e 14 anos nos Estados Unidos, a questão foi lançada diretamente a eles, perguntando qual é o nome que dariam para sua geração.
A resposta veio com a determinação pela criação e autoria.
Não à toa, no topo da preferência desses jovens estão jogos como o Minecraft, em que a construção de mundos e personagens junto com outros jogadores é um dos objetivos.
A geração Minecraft está lidando desde cedo com um ambiente de simulação. Se eles não tomarem uma decisão, ninguém vai tomar por eles, diz Luli Radfahrer, professor de comunicação digital da ECA-USP. Para Radfahrer, essa geração tem uma relação mais ativa com o mundo porque aprendeu a lidar com a internet desde que nasceu e vai atrás da informação.
Debate fraco. O professor argumenta, no entanto, que o uso de alguns aplicativos ou sites influencia nas ações dos jovens. O Facebook, por exemplo, é um ambiente mais polarizado, e de certa forma de debate, mas um debate fraco, que gera um comportamento mais infantil. Já se você passa mais tempo em um lugar como o Minecraft, você vai ter um comportamento mais colaborativo.
“Tudo igual”. Usuário de aplicativos e jogos no celular, Rafael Dutra de Moricz, 13, gosta de economizar. Aluno do oitavo ano do ensino fundamental, ele critica a compra de celulares muito caros. A diferença de um iPhone para um celular mais convencional é o preço e a plataforma, o resto é tudo igual.
PUBLICADO EM 14/05/16 - 03h00
Fonte:http://www.otempo.com.br/interessa/tecnologia-e-games/gera%C3%A7%C3%A3o-fundadora-tem-um-olho-no-celular-outro-no-minecraft-1.1299632
SÃO PAULO. No quarto que Gabriel Monteiro Praça, 12, divide com a irmã, há legos montados em formato de aviões e medalhas de campeonatos de futebol. O garoto está no sexto ano do ensino fundamental e, depois da escola, veste o uniforme do Palmeiras segue para a escolinha de futebol, em São Paulo. Apaixonado também por quadrinhos, coleciona livros de personagens como Flash e Batman. Mas, perguntado sobre qual é a sua atividade favorita, Gabriel não hesita: ficar na internet, empatado com o futebol, segundo ele.Fico umas cinco horas online por dia, conta.
Os quadrinhos dividem espaço com caixas de jogos como Minecraft e Roblox. Ainda não joguei o Minecraft online, mas converso com meus amigos por Skype durante o jogo. São tão realistas, parece que foi gravado, é como se fosse verdade, diz Gabriel, que, além de jogar na internet, assiste a vídeos de canais do YouTube, como Patife e Authentic Games. E, claro, acompanha canais de que mostram partidas de futebol internacional, como as da Liga dos Campeões.
Nascido em 2004, o garoto é mais um nativo digital. Sua geração, dos nascidos após os anos 2000, tem sido chamada de geração Z, globalists e tantas outras definições. Em dezembro do ano passado veio a última, geração founder, ou geração fundadora, em pesquisa divulgada pela MTV norte-americana. Em entrevista com mil jovens com idades entre 13 e 14 anos nos Estados Unidos, a questão foi lançada diretamente a eles, perguntando qual é o nome que dariam para sua geração.
A resposta veio com a determinação pela criação e autoria.
Não à toa, no topo da preferência desses jovens estão jogos como o Minecraft, em que a construção de mundos e personagens junto com outros jogadores é um dos objetivos.
A geração Minecraft está lidando desde cedo com um ambiente de simulação. Se eles não tomarem uma decisão, ninguém vai tomar por eles, diz Luli Radfahrer, professor de comunicação digital da ECA-USP. Para Radfahrer, essa geração tem uma relação mais ativa com o mundo porque aprendeu a lidar com a internet desde que nasceu e vai atrás da informação.
Debate fraco. O professor argumenta, no entanto, que o uso de alguns aplicativos ou sites influencia nas ações dos jovens. O Facebook, por exemplo, é um ambiente mais polarizado, e de certa forma de debate, mas um debate fraco, que gera um comportamento mais infantil. Já se você passa mais tempo em um lugar como o Minecraft, você vai ter um comportamento mais colaborativo.
“Tudo igual”. Usuário de aplicativos e jogos no celular, Rafael Dutra de Moricz, 13, gosta de economizar. Aluno do oitavo ano do ensino fundamental, ele critica a compra de celulares muito caros. A diferença de um iPhone para um celular mais convencional é o preço e a plataforma, o resto é tudo igual.
Os quadrinhos dividem espaço com caixas de jogos como Minecraft e Roblox. Ainda não joguei o Minecraft online, mas converso com meus amigos por Skype durante o jogo. São tão realistas, parece que foi gravado, é como se fosse verdade, diz Gabriel, que, além de jogar na internet, assiste a vídeos de canais do YouTube, como Patife e Authentic Games. E, claro, acompanha canais de que mostram partidas de futebol internacional, como as da Liga dos Campeões.
Nascido em 2004, o garoto é mais um nativo digital. Sua geração, dos nascidos após os anos 2000, tem sido chamada de geração Z, globalists e tantas outras definições. Em dezembro do ano passado veio a última, geração founder, ou geração fundadora, em pesquisa divulgada pela MTV norte-americana. Em entrevista com mil jovens com idades entre 13 e 14 anos nos Estados Unidos, a questão foi lançada diretamente a eles, perguntando qual é o nome que dariam para sua geração.
A resposta veio com a determinação pela criação e autoria.
Não à toa, no topo da preferência desses jovens estão jogos como o Minecraft, em que a construção de mundos e personagens junto com outros jogadores é um dos objetivos.
A geração Minecraft está lidando desde cedo com um ambiente de simulação. Se eles não tomarem uma decisão, ninguém vai tomar por eles, diz Luli Radfahrer, professor de comunicação digital da ECA-USP. Para Radfahrer, essa geração tem uma relação mais ativa com o mundo porque aprendeu a lidar com a internet desde que nasceu e vai atrás da informação.
Debate fraco. O professor argumenta, no entanto, que o uso de alguns aplicativos ou sites influencia nas ações dos jovens. O Facebook, por exemplo, é um ambiente mais polarizado, e de certa forma de debate, mas um debate fraco, que gera um comportamento mais infantil. Já se você passa mais tempo em um lugar como o Minecraft, você vai ter um comportamento mais colaborativo.
“Tudo igual”. Usuário de aplicativos e jogos no celular, Rafael Dutra de Moricz, 13, gosta de economizar. Aluno do oitavo ano do ensino fundamental, ele critica a compra de celulares muito caros. A diferença de um iPhone para um celular mais convencional é o preço e a plataforma, o resto é tudo igual.
COMPORTAMENTO
Uma geração que nasceu com o gene da internet e quer mudar o mundo
Sempre conectados, integrantes da geração Z sofrem, porém, de um mal: a intolerância
PUBLICADO EM 31/05/15 - 03h00
Ana Catarina Cizilio tem 19 anos, cursa publicidade e propaganda, mantém um blog sobre cabelos cacheados e é voluntária. Rafael Marcos Garófalo tem 21 anos, estuda engenharia elétrica e apoia causas ambientais. Lucas Dal Prá tem 20 anos, é estudante de sistemas de informação e foi gamer profissional. Embora diferentes, eles pertencem a um grupo composto por 25,9% da população mundial: a geração Z. Mais pragmáticos, independentes, engajados e determinados que os jovens da geração Y, os nascidos entre 1994 e 2010 começam a alterar as relações pessoais.
‘Nativos digitais’, eles não conheceram o mundo sem a internet. Em contato com a rede, esses jovens tecem amizades, fazem negócios, expõem opiniões e dissociam cada vez menos o real do virtual. “O meu tempo livre é composto por jogos eletrônicos, músicas em cloud e Facebook. Para ir de carro a qualquer destino, uso o GPS. A tecnologia é uma extensão da minha vida”, avalia Dal Prá.
‘Nativos digitais’, eles não conheceram o mundo sem a internet. Em contato com a rede, esses jovens tecem amizades, fazem negócios, expõem opiniões e dissociam cada vez menos o real do virtual. “O meu tempo livre é composto por jogos eletrônicos, músicas em cloud e Facebook. Para ir de carro a qualquer destino, uso o GPS. A tecnologia é uma extensão da minha vida”, avalia Dal Prá.
Entender a geração Z não é uma tarefa fácil. Os nativos desse grupo são fruto de um mundo em crise econômica, atormentado pelo terrorismo e pelos desastres ambientais. Por causa desse contexto, eles cresceram mais realistas e críticos que a geração Y, na análise da mestre em antropologia e professora de Cultura Jovem da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Ana Barbieri. “Os jovens dessa geração são muito bem informados e questionadores. Eles exigem coerência entre o discurso e as atitudes”.
No livro Aprender a Resistir, o psicólogo francês Olivier Houde classifica os jovens da geração Z como mutantes. Diretor do Laboratório de Psicologia do Desenvolvimento e Educação Infantil da Universidade de Sorbonne, na França, ele explica que nossos ‘futuros chefes’ usam mais o córtex pré-frontal, o que acelera a tomada de decisão e a capacidade de cumprir multitarefas. Porém, Houde alerta: o uso excessivo dessa parte do cérebro pode reforçar a intolerância, tão comum nas redes sociais. “A internet nos deu a falsa noção de liberdade de expressão. Só que a minha liberdade acaba quando começa a do outro”, lembra Ana Catarina.
Engajados. Nas mídias sociais, adolescentes e jovens da geração Z organizam manifestações descentralizadas e se mostram inconformados com a política e a religião. “Enquanto os políticos aumentam salários e verbas de campanha, nós vivemos uma crise com demissões, inflação alta e déficit orçamentário”, observa Garófalo. Para o estudante de engenharia elétrica, até as religiões perderam o propósito. “A religião deveria ser um caminho que desse sentido à vida”.
Fora do mundo virtual, a geração Z alimenta o desejo de ‘salvar o mundo’. Como? Segundo a pesquisa Millennial Branding, divulgada no ano passado, 76% dos jovens norte-americanos querem ser voluntários e ajudar em causas ambientais.
No livro Aprender a Resistir, o psicólogo francês Olivier Houde classifica os jovens da geração Z como mutantes. Diretor do Laboratório de Psicologia do Desenvolvimento e Educação Infantil da Universidade de Sorbonne, na França, ele explica que nossos ‘futuros chefes’ usam mais o córtex pré-frontal, o que acelera a tomada de decisão e a capacidade de cumprir multitarefas. Porém, Houde alerta: o uso excessivo dessa parte do cérebro pode reforçar a intolerância, tão comum nas redes sociais. “A internet nos deu a falsa noção de liberdade de expressão. Só que a minha liberdade acaba quando começa a do outro”, lembra Ana Catarina.
Engajados. Nas mídias sociais, adolescentes e jovens da geração Z organizam manifestações descentralizadas e se mostram inconformados com a política e a religião. “Enquanto os políticos aumentam salários e verbas de campanha, nós vivemos uma crise com demissões, inflação alta e déficit orçamentário”, observa Garófalo. Para o estudante de engenharia elétrica, até as religiões perderam o propósito. “A religião deveria ser um caminho que desse sentido à vida”.
Fora do mundo virtual, a geração Z alimenta o desejo de ‘salvar o mundo’. Como? Segundo a pesquisa Millennial Branding, divulgada no ano passado, 76% dos jovens norte-americanos querem ser voluntários e ajudar em causas ambientais.
Mais exigentes
Os jovens da geração Z exigem mais de um líder da empresa. “Pessoas em cargos de confiança assumem responsabilidades. Por isso, devem inspirar e motivar”, sugere o estudante de engenharia elétrica da PUC Minas, Rafael Garófalo.
Já o estudante de sistemas de informação da PUC Paraná, Lucas Dal Prá, procura certos “requisitos” no local de trabalho. “Só aceito atuar em lugares com uma metodologia de trabalho otimizada, com equipe amigável, que saiba os limites entre o pessoal e o profissional, e tenha uma marca forte e respeitável”, afirma o estudante.
Os jovens da geração Z exigem mais de um líder da empresa. “Pessoas em cargos de confiança assumem responsabilidades. Por isso, devem inspirar e motivar”, sugere o estudante de engenharia elétrica da PUC Minas, Rafael Garófalo.
Já o estudante de sistemas de informação da PUC Paraná, Lucas Dal Prá, procura certos “requisitos” no local de trabalho. “Só aceito atuar em lugares com uma metodologia de trabalho otimizada, com equipe amigável, que saiba os limites entre o pessoal e o profissional, e tenha uma marca forte e respeitável”, afirma o estudante.
Na internet, só download grátis
As gerações estão ficando cada vez mais parecidas quando o assunto é comprar. É o que garante a especialista em cultura jovem Ana Barbieri (foto). “A geração X tinha receio de comprar pela internet, mas com o tempo seus indivíduos passaram a adquirir uma série de produtos virtualmente”. Para Ana, o que mais difere a geração Z é a disposição em pagar por um objeto ou serviço. “Os jovens da geração Z estão acostumados a fazer o download de músicas, filmes e livros. Eles dificilmente pagam por esses produtos como a geração X, a não ser quando o assunto é moda”.
As gerações estão ficando cada vez mais parecidas quando o assunto é comprar. É o que garante a especialista em cultura jovem Ana Barbieri (foto). “A geração X tinha receio de comprar pela internet, mas com o tempo seus indivíduos passaram a adquirir uma série de produtos virtualmente”. Para Ana, o que mais difere a geração Z é a disposição em pagar por um objeto ou serviço. “Os jovens da geração Z estão acostumados a fazer o download de músicas, filmes e livros. Eles dificilmente pagam por esses produtos como a geração X, a não ser quando o assunto é moda”.
INVENÇÕES
Projetos Futuristas
Conheça invenções inusitadas criadas por estudantes de Santa Rita do Sapucaí, cidade polo em tecnologia; novidades incluem copo que controla quantidade de bebida ingerida e cadeira que corrige postura
Imagine que uma pessoa seja acometida pelo Mal de Alzheimer. Seu primeiro desafio seria lembrar que precisa tomar uma medicação. Em seguida, teria que saber o horário, a dose e qual medicamento tomar. Uma missão um tanto difícil para quem sofre com a perda de memória, não?
Criar uma invenção que resolva o problema desses pacientes e auxilie pessoas com outras enfermidades a tomarem seus remédios corretamente é a missão de um dos grupos formados por alunos que deverão se apresentar na ProjETE 2013, a 33ª edição da Feira de Projetos Futuristas, que ocorre de 3 a 5 de outubro, durante a Semana da Eletrônica da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa (ETE FMC).
Criar uma invenção que resolva o problema desses pacientes e auxilie pessoas com outras enfermidades a tomarem seus remédios corretamente é a missão de um dos grupos formados por alunos que deverão se apresentar na ProjETE 2013, a 33ª edição da Feira de Projetos Futuristas, que ocorre de 3 a 5 de outubro, durante a Semana da Eletrônica da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa (ETE FMC).
Referência em educação por abrigar a primeira escola de eletrônica de nível médio da América Latina e a sétima no mundo, a ETE FMC atrai estudantes de todo o país. Por isso, a região de Santa Rita do Sapucaí, no interior de Minas Gerais, ficou conhecida como o “Vale da Eletrônica”, em referência ao "Vale do Silício" na Califórnia (EUA), de onde muitos produtos e sistemas tecnológicos inovadores são lançados para o mercado nacional e internacional.
O evento reúne cerca de 200 invenções e projetos das áreas de automação, eletrônica, biomédica e telecomunicações voltados para aplicação em saúde, informática, inclusão, resgate, aeronáutica, trânsito, sustentabilidade, prevenção de acidentes e esportes. Com foco principal em inovação e criatividade, as invenções foram desenvolvidas por alunos do Ensino Médio e Técnico, entre 15 e 17 anos, e do curso Técnico Noturno.
Vale destacar ainda que a ETE FMC possui muitos alunos considerados nativos digitais, da chamada “Geração Z”: jovens nascidos a partir do final da década de 90, que cresceram em contato direto com a internet, a velocidade da informação, as novas tecnologias e o universo digital no geral. “Pelo fato desses jovens estarem habituados a essas tecnologias e começarem a criar invenções, antes mesmo de se tornarem adultos, eles passam a ser o nosso foco, já que somos uma escola de nível técnico, apropriada para essa faixa etária. Nosso objetivo é possibilitar que um adolescente transforme, também, seus passatempos em uma carreira bem-sucedida”, explica o professor Alexandre Loures Barbosa, diretor geral da escola.
Fonte:http://www.otempo.com.br/interessa/tecnologia-e-games/projetos-futuristas-1.723745
galeria com algumas das 200 invenções criadas pela escola técnica de Santa Rita do Sapucaí que poderão se transformar em projetos promissores do "Vale da Eletrônica" mineiro
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