PAULO FREIRE O PAI DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira.[1]
Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele denominada educação bancária, tecnicista e alienante: o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência política.
Autor de Pedagogia do Oprimido, livro que propõe um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. Trata-se da terceira obra mais citada em trabalhos acadêmicos da área de humanas em todo o mundo, à frente de clássicos como Vigiar e Punir de Michel Foucault e O Capital de Karl Marx.[2][3]
Foi o brasileiro mais homenageado da história, com pelo menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América; e recebeu diversos galardões como o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz em 1986.[4][5][6] Em 13 de abril de 2012 foi sancionada a Lei nº 12.612, que declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira.[7] Segundo uma pesquisa envolvendo três estados brasileiros, Paulo Freire é o nome de escola mais comum.[8]
Paulo Freire OMC | |
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Nome completo | Paulo Reglus Neves Freire |
Nascimento | 19 de setembro de 1921 Recife, Pernambuco |
Morte | 2 de maio de 1997 (75 anos) São Paulo, São Paulo |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Elza Maia Costa de Oliveira (1944-1986) Ana Maria Araújo (1988-1997) |
Ocupação | Educador, Filósofo |
Escola/tradição | Personalismo Existencialismo |
Principais interesses | Educação |
Religião | Catolicismo |
Biografia
Paulo Reglus Neves Freire nasceu em 19 de setembro de 1921 no Recife, capital do estado brasileiro de Pernambuco. Filho de Joaquim Temístocles Freire, capitão da Polícia Militar de Pernambuco e de Edeltrudes Neves Freire, Dona Tudinha, Paulo teve uma irmã, Stela, e dois irmãos, Armando e Temístocles. A irmã Stela foi professora primária do Estado. Armando, funcionário da Prefeitura da Cidade do Recife, abandonou os estudos aos 18 anos, não chegou a concluir o curso ginasial. Temístocles entrou para o Exército. Aos dois, Paulo agradece emocionado, em uma de suas entrevistas a Edson Passetti, pois começaram a trabalhar muito jovens, para ajudar na manutenção da casa e possibilitar que Paulo continuasse estudando.
Sua família fazia parte da classe média, mas Paulo Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929, uma experiência que o levaria a se preocupar com os mais pobres e o ajudaria a construir seu revolucionário método de alfabetização. Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África. O talento como escritor o ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos, quase sempre ligados a partidos de esquerda.[9]
A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart. Na política, integrou o Partido dos Trabalhadores, tendo sido Presidente da 1ª Diretoria Executiva da Fundação Wilson Pinheiro, fundação de apoio partidária instituída pelo PT em 1981 (antecessora da Fundação Perseu Abramo); além de Secretário de Educação da Prefeitura Municipal de São Paulo na gestão petista de Luiza Erundina (1989-1992).[10]
Freire entrou para a Universidade do Recife em 1943, para cursar a Faculdade de Direito, mas também se dedicou aos estudos de filosofia da linguagem. Apesar disso, nunca exerceu a profissão, e preferiu trabalhar como professor numa escola de segundo grau lecionando língua portuguesa. Em 1944, uniu-se em matrimônio com a colega de trabalho Elza Maia Costa de Oliveira, casamento este que durou até o ano de 1986, quando sua esposa morreu. Dois anos depois, em 1988, o educador casou-se com a também pernambucana Ana Maria Araújo, apelidada de "Nita", que além de conhecida desde a infância era sua orientada no programa de mestrado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde foi professor. Ambas as esposas foram reconhecidas por Paulo como importantes em sua carreira, inclusive quando o educador dedicou seu título de Doutor Honoris Causa na PUC de São Paulo "à memória de uma e à vida da outra".[11] Em 1946, Freire foi indicado ao cargo de diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social no Estado de Pernambuco, onde iniciou o trabalho com analfabetos pobres.
Em 1961 tornou-se diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife e, no mesmo ano,[12] realizou junto com sua equipe as primeiras experiências de alfabetização popular que levariam à constituição do Método Paulo Freire. Seu grupo foi responsável pela alfabetização de 300 cortadores de cana em apenas 45 dias. Em resposta aos eficazes resultados, o governo brasileiro (que, sob o presidente João Goulart, empenhava-se na realização das reformas de base) aprovou a multiplicação dessas primeiras experiências num Plano Nacional de Alfabetização, que previa a formação de educadores em massa e a rápida implantação de 20 mil núcleos (os "círculos de cultura") pelo País[13]. Em 1964, meses depois de iniciada a implantação do Plano, o golpe militar extinguiu esse esforço. Freire foi encarcerado como traidor por 70 dias. Em seguida passou por um breve exílio na Bolívia e trabalhou no Chile por cinco anos para o Movimento de Reforma Agrária da Democracia Cristã e para a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação. Em 1967, durante o exílio chileno, publicou no Brasil seu primeiro livro, Educação como Prática da Liberdade, baseado fundamentalmente na tese Educação e Atualidade Brasileira, com a qual concorrera, em 1959, à cadeira de História e Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade do Recife.
O livro foi bem recebido, e Freire foi convidado para ser professor visitante da Universidade Harvard em 1969. No ano anterior, ele havia concluído a redação de seu mais famoso livro, Pedagogia do Oprimido, que foi publicado em várias línguas como o espanhol, o inglês (em 1970) e até o hebraico (em 1981). Em razão da rixa política entre a ditadura militar e o socialismo cristão de Paulo Freire,[15] ele não foi publicado no Brasil até 1974, quando o general Geisel assumiu a presidência do país e iniciou o processo de abertura política. Depois de um ano em Cambridge, Freire mudou-se para Genebra, na Suíça, trabalhando como consultor educacional do Conselho Mundial de Igrejas. Durante esse tempo, atuou como consultor em reforma educacional em colônias portuguesas na África, particularmente na Guiné-Bissau e em Moçambique.[16]
Com a Anistia em 1979 Freire pôde retornar ao Brasil, mas só o fez em 1980. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores na cidade de São Paulo, e atuou como supervisor para o programa do partido para alfabetização de adultos de 1980 até 1986. Quando o PT venceu as eleições municipais paulistanas de 1988, iniciando-se a gestão de Luiza Erundina (1989-1993), Freire foi nomeado secretário de Educação da cidade de São Paulo. Exerceu esse cargo de 1989 a 1991. Dentre as marcas de sua passagem pela secretaria municipal de Educação está a criação do Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA), um modelo de programa público de apoio a salas comunitárias de Educação de Jovens e Adultos que até hoje é adotado por numerosas prefeituras e outras instâncias de governo.
Em 1991 foi fundado em São Paulo o Instituto Paulo Freire, para estender e elaborar as ideias de Freire. O instituto mantém até hoje os arquivos do educador, além de realizar numerosas atividades relacionadas com o legado do pensador e a atuação em temas da educação brasileira e mundial.[17]
Freire morreu de um ataque cardíaco em 2 de maio de 1997, às 6h53, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a complicações em uma operação de desobstrução de artérias. O Estado Brasileiro, por meio do Ministério da Justiça, no Fórum Mundial de Educação Profissional de 2009, realizado em Brasília, fez o pedido de perdão post mortem à viúva e à família do educador, assumindo o pagamento de "reparação econômica".[18]
Contribuições teóricas
Paulo Freire contribuiu com uma filosofia da educação que veio não só das abordagens mais clássicas decorrentes de Platão, mas também da fenomenologia-existencial, de pensadores marxistas e anticolonialistas modernos. De muitas maneiras a sua obra Pedagogia do Oprimido (1970) pode ser melhor lida como uma extensão, ou de resposta, de Os Condenados da Terra (1961) de Frantz Fanon, que enfatizava a necessidade de dotar as populações nativas com uma educação que era ao mesmo tempo nova e moderna (em vez de tradicional) e anticolonial (e não simplesmente uma extensão da cultura do colonizador).
Na Pedagogia do Oprimido (1970), Freire reprisa a distinção entre opressores e oprimidos e diferencia entre as posições em uma sociedade injusta: o opressor e o oprimido. Freire não faz nenhuma referência direta a sua influência mais direta para a distinção, que remonta, pelo menos, na medida em que Hegel em 1802.
Freire defende que a educação deve permitir que os oprimidos possam recuperar o seu senso de humanidade e, por sua vez, superar a sua condição. No entanto, ele reconhece que para que isso ocorra, o indivíduo oprimido deve desempenhar um papel na sua libertação. Como ele afirma:
Da mesma forma, os opressores devem estar dispostos a repensarem seu modo de vida e a examinarem seu próprio papel na opressão se a verdadeira libertação deve ocorrer: "aqueles que autenticamente se comprometem com o povo devem reexaminar-se constantemente" (Freire, 1970, p. 60).
Freire acredita que a educação é um ato político que não pode ser divorciado da pedagogia. Ele definiu este como um princípio principal da pedagogia crítica. Professores e alunos devem estar cientes das "políticas" que cercam a educação. A forma como os alunos são ensinados e o que lhes é ensinado serve a uma agenda política. Professores, eles próprios, têm noções políticas que trazem para a sala de aula (Kincheloe, 2008).[21]
Freire acredita que "a educação faz sentido porque as mulheres e homens aprendem que através da aprendizagem podem fazerem-se e refazerem-se, porque mulheres e homens são capazes de assumirem a responsabilidade sobre si mesmos como seres capazes de conhecerem." (Freire, 2004, p. 15).[22]
Além de pensadores marxistas, Paulo Freire possui influência de outras correntes de pensamento, como a fenomenologia-existencial. Segundo Mendonça (2006), a preocupação primordial de Freire volta-se para a ontologia do ser humano, que está ligada ao exercício da condição de sujeitos dada historicamente. Desse modo, surge a práxis humana “como um compromisso histórico que, ao endereçar os sujeitos ao mundo, possibilita, ao mesmo tempo, a transformação da realidade e dos próprios seres humanos.” (p. 16).[23]
Filósofos como Martin Heidegger e Jean Paul Sartre, Gabriel Marcel e Karl Jaspers desenvolvem pensamentos existencialistas, cujos princípios se encontram em Kierkegaard e influenciam efetivamente Paulo Freire (MENDONÇA, 2006).[23] Ainda na sua obra Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire cita diretamente o Sartre: “Na verdade, não há eu que se constitua sem um não eu. Por sua vez, não eu constituinte do eu se constitui na constituição do eu constituído. Desta forma, o mundo constituinte da consciência se torna mundo da consciência, um percebido objetivo seu, ao qual se intenciona. Daí, a afirmação de Sartre, anteriormente citada: ‘consciência e mundo se dão ao mesmo tempo’” (Freire, 1987, p. 71).[24]
A fenomenologia de Paulo Freire articula-se com o existencialismo. “É também sob marcante influência do existencialismo que se pode compreender a filosofia da educação de Paulo Freire, para quem a educação é prática da liberdade e a pedagogia, processo de conscientização” (Severino, 2000, p. 303).[25] Embora, faça referência a Sartre, é o existencialismo cristão de Jaspers e Gabriel Marcel que predomina.[26]
O pensamento existencialista enquanto se ocupa do ser humano, tem importância para a educação, na medida em que esclarece a condição dele no mundo. "Paulo Freire (1996) sofre influências desta corrente e a desenvolve em sua Pedagogia. Se por um lado, uma educação é possível a partir do pensamento de Sartre (1987), de outro, encontra-se a humanização na pedagogia de Freire" (MENDONÇA, 2006, p. 161),[23] que objetiva, finalmente, a humanização das relações no processo de ensino/aprendizagem.[27]
Modelo bancário de educação
Em termos de pedagogia, Freire é mais conhecido por seu ataque sobre o que chamou de conceito "bancário" da educação, em que o aluno é visto como uma conta vazia a ser preenchida pelo professor. Ele observa que "transformar os alunos em objetos receptores é uma tentativa de controlar o pensamento e a ação, leva homens e mulheres a ajustarem-se ao mundo e inibe o seu poder criativo" (Freire, 1970, p. 77). Esta crítica básica não era nova - a concepção da criança como um aprendiz ativo de Rousseau já era um passo além da ideia de tabula rasa (que é basicamente o mesmo que o "conceito bancário"). Além disso, pensadores como John Dewey também são fortemente críticos da transmissão de meros fatos como o objetivo da educação. Dewey muitas vezes descrevia a educação como um mecanismo de mudança social, explicando que "a educação é um regulamento do processo de vir a partilhar a consciência social; e que o ajustamento da atividade individual com base nessa consciência social é o único método seguro de reconstrução social" (1897, p. 16). O trabalho de Freire, no entanto, atualizou o conceito e colocou-o em contexto com as teorias e práticas de educação atuais, que estabelece as bases para o que hoje é chamado pedagogia crítica.[28]
Cultura do silêncio
Segundo Freire, o sistema de relações sociais dominantes cria uma "cultura do silêncio", que infunde uma autoimagem negativa, silenciada e suprimida aos oprimidos. O aluno deve desenvolver uma consciência crítica, a fim de reconhecer que esta cultura do silêncio é criada para oprimir.[29] A cultura do silêncio também pode fazer com que os "indivíduos dominados percam o meio pelo qual respondem de forma crítica à cultura que é forçada sobre eles pela cultura dominante".[30]
A dominação social de raça e classe é entrelaçada no sistema de ensino convencional, através do qual a "cultura do silêncio" elimina os "caminhos de pensamento que levam a uma linguagem crítica".[31]
Impacto internacional
Os principais expoentes de Freire na América do Norte são Henry Giroux, Peter McLaren, Donaldo Macedo, Joe L. Kincheloe, Carlos Alberto Torres, Ira Shor e Shirley R. Steinberg. Um dos textos editados por McLaren, Paulo Freire: A Critical Encounter, expõe sobre o impacto de Freire no campo da educação crítica. McLaren também fornece um estudo comparativo entre Paulo Freire e o ícone revolucionário argentino Che Guevara. O trabalho de Freire influenciou o movimento chamado "matemática radical" nos Estados Unidos, que enfatiza questões de justiça social e pedagogia crítica como componentes de currículos de matemática.[32]
Na África do Sul, as ideias e métodos de Freire foram fundamentais para o Movimento da Consciência Negra (em inglês: Black Consciousness Movement), muitas vezes associado com a figura de Steve Biko, na década de 1970.[33][34] Há um projeto sobre Paulo Freire na Universidade de KwaZulu-Natal em Pietermaritzburg.[35]
Em 1991, o Instituto Paulo Freire foi criado em São Paulo para ampliar e elaborar as suas teorias da educação popular. O instituto já tem projetos em muitos países e está sediada na Escola de Educação e Estudos de Informação da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), onde arquivos de Freire são mantidos. O diretor é o Dr. Carlos Torres, professor da UCLA e autor de livros freireanos incluindo A praxis educativa de Paulo Freire (1978). Desde a publicação da edição anglófona da obra Pedagogia do Oprimido', Freire alcançou status quase icônico em programas de formação de professores dos Estados Unidos.[36]
Em 2016, duas pesquisas demonstram o impacto de sua obra a nível mundial. A Open Syllabus pesquisou em mais de um milhão de programas de estudos de universidades dos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia e descobriu que Pedagogia do Oprimido é o 99º livro mais citado, fazendo do pedagogo o único brasileiro entre os 100 mais citados e o o segundo melhor colocado no campo da educação, perdendo apenas para Teaching for Quality Learning in University: What the Student Does, de John Biggs.[37] Uma pesquisa da London School of Economics descobriu que Pedagogia do Oprimido é o terceira livro mais citado mundialmente na área das Ciências Sociais, segundo dados do Google Acadêmico.[38]
Críticas na Wikipédia
Em 28 de junho de 2016 um texto que acusava Freire e sua pedagogia de inserir doutrinação marxista nas escolas, publicado originalmente por um think tank defensor do neoliberalismo chamado Instituto Liberal,[39] foi inserido em sua biografia na Wikipédia em português. Apesar da edição ter sido revertida após 9 minutos,[40] a viúva de Freire, Ana Maria Araújo Freire, ao tomar conhecimento do fato e saber que a edição foi feita através dos servidores controlados pelo Serpro, o Serviço Federal de Processamento de Dados, protestou em carta pública dirigida ao então Presidente da República em exercício, Michel Temer.[41]
Honrarias
Títulos de Doutor Honoris Causa
Outras honrarias
- King Baudouin International Development Prize de 1980, entregue pela Fundação King Baudouin, que tem como objetivo servir a sociedade. Paulo Freire foi a primeira pessoa a receber o prêmio. Ele foi nomeado pelo Dr. Mathew Zachariah, Professor de Educação na Universidade de Calgary;[86]
- Prêmio William Rainey Harper da Religious Education Association (Associação de Educação Religiosa, em inglês), 1983.[87]
- Prêmio de Educação para a Paz da UNESCO, 1986;[6]
- Incluído no International Adult and Continuing Education Hall of Fame (Salão da Fama da Educação de Adultos e Continuada, em inglês), 2008;[88]
- Incluído no Reading Hall of Fame (Salão da Fama da Leitura, em inglês);[88]
- Ordem do Mérito Cultural, 2011;[89]
- Uma escola pública independente de Holyoke, Massachusetts, nomeou-se "Paulo Freire Social Justice Charter School", aprovado pelo Estado em 28 de fevereiro de 2012;[90]
Obras
- 1959: Educação e atualidade brasileira. Recife: Universidade Federal do Recife, 139p. (tese de concurso público para a cadeira de História e Filosofia da Educação de Belas Artes de Pernambuco).
- Paulo Freire. A propósito de uma administração. Imprensa Universitária; 1961.
- 1963: Alfabetização e conscientização. Porto Alegre: Editora Emma.
- Paulo Freire. Educação como prática da liberdade. Paz e Terra; 2000. ISBN 978-85-219-0109-9
- Paulo Freire; Raul Veloso; Luís Fiori. Educação e conscientização: extensionismo rural. CIDOC; 1968.
- Paulo Freire. Extensão ou comunicação?. Paz e Terra; 2001. ISBN 978-85-219-0427-4.
- Paulo Freire. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Paz e Terra; 2007. ISBN 978-85-7753-023-6.
- Paulo Freire. Cartas a Guine-Bissau: registros de uma experiência em processo. Paz e Terra; 1984.
- Paulo Freire. Os cristãos e a libertação dos oprimidos. Edições Base; 1978
- 1979: Consciência e história: a práxis educativa de Paulo Freire (antologia). São Paulo: Loyola.
- 1979: Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 112 p.
- 1979: Multinacionais e trabalhadores no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 226 p.
- 1980: Quatro cartas aos animadores e às animadoras culturais. República de São Tomé e Príncipe: Ministério da Educação e Desportos, São Tomé.
- 1980: Conscientização: teoria e prática da libertação; uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 102 p.
- 1981: Ideologia e educação: reflexões sobre a não neutralidade da educação. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
- 1982: Sobre educação (Diálogos), Vol. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra ( 3 ed., 1984), 132 p. (Educação e comunicação, 9).
- Paulo Freire; Antonio Faundez. Por uma pedagogia da pergunta. Paz e Terra; 2002
- Paulo Freire; Adriano Nogueira; Débora Mazza. Fazer escola conhecendo a vida. Papirus; 1986
- Paulo Freire; Sérgio Guimarães. Aprendendo com a própria história. Editora Paz e Terra; 2000. ISBN 978-85-219-0371-0
- Paulo Freire; Adriano Nogueira; Debora Maza. Na escola que fazemos: uma reflexão interdisciplinar em educação popular. Edit. Vozes Ltda.; 1990. ISBN 978-85-326-0237-4.
- Paulo Freire; Adriano Nogueira. Que fazer: teoria e prática em educação popular. Vozes; 1989.
- Paulo Freire. Paulo Freire conversando con educadores. Ed. Roca Viva; 1990.
- Paulo Freire; Donaldo Pereira Macedo. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. Paz e Terra; 1990
- Paulo Freire, A Educação na cidade. Cortez Editora; 1991.
- Paulo Freire, A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. Cortez; 2008
- Paulo Freire. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Paz e Terra; 1997. ISBN 978-85-219-0010-8.
- Paulo Freire, Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. Olho d'Água; 2008
- Paulo Freire, Política e educação: ensaios. Cortez Editora; 1993.
- Paulo Freire, Ana Maria Araújo Freire, Cartas a Cristina: reflexões sobre minha vida e minha práxis, 2003, Editora UNESP, ISBN 978-85-7139-483-4
- Paulo Freire, Frei Betto, Essa escola chamada vida, 1994, Ed. Ática, ISBN 978-85-08-02764-4
- Myles Horton; Paulo Freire; Brenda Bell. O caminho se faz caminhando: conversas sobre educação e mudança social. Vozes; 2003. ISBN 978-85-326-2815-2.
- Paulo Freire, Ana Maria Araújo Freire, À sombra desta mangueira, Olho d'Água. 1995, ISBN 978-85-85428-15-0.
- Paulo Freire, Sérgio Guimarães, Moacir Gadotti, Pedagogia: diálogo e conflito, 1986, Cortez Editora Autores Associados
- Paulo Freire, Ira Schor, Medo e ousadia: o cotidiano do professor, 1997, Paz e Terra
- Paulo Freire, Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa, 2009, Paz e Terra, ISBN 978-85-7753-015-1, Ver artigo Pedagogia da Autonomia
- Paulo Freire, Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos , 2000, Editora Unesp, ISBN 978-85-7139-291-5
- Paulo Freire, Sérgio Guimarães, A África ensinando a gente: Angola, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, 2003, Paz e Terra, ISBN 978-85-219-0646-9
- Paulo Freire. "Pedagogia do Oprimido". Editora Paz e Terra; 1968 [2014] Última Edição .
Cátedras
As Cátedras Paulo Freire são instituições que preservam a memória e produção da pedagogia de Paulo Freire. Organizam-se com o objetivo de realizar atividades de pesquisa, estudos coletivos (grupos de leitura), cursos de extensão e apresentação de projetos que valorizem a pedagogia crítica, relevante contribuição social, política e pedagógica de Paulo Freire à humanidade, socializando o conhecimento presente no pensamento freireano, que teve no Método Paulo Freire, uma importante contribuição para a educação popular. Pedagogia do Oprimido e todas as suas obras são preservadas, estudadas e difundidas nas cátedras existentes no Brasil e no mundo.
Cátedra | Instituição | Coordenação |
---|---|---|
Cátedra do Oprimido | Universitas Paulo Freire | José Eustáquio Romão |
Cátedra Livre Paulo Freire | Universidade Federal de Viçosa | Arthur Meucci |
Cátedra Paulo Freire | Pontifícia Universidade Católica de São Paulo | Ana Maria Saul |
Cátedra Paulo Freire | Universidade Federal de Pernambuco | Maria Eliete Santiago |
Cátedra Paulo Freire | Universidade Católica de Santos | Alexandre Saul |
Cátedra Paulo Freire - Educação para a Sustentabilidade | Universidade Federal Rural de Pernambuco | Monica Lopes Folena Araújo |
Cátedra Paulo Freire da Amazônia | Universidade do Estado do Pará | Ivanilde Apoluceno de Oliveira |
Cátedra Paulo Freire de Educação de Jovens e Adultos | Universidade Federal da Integração Latino-Americana | Juliana Franzi |
Ver também
- Alfabetização
- Analfabetismo
- Dificuldades de aprendizagem
- Educação de Jovens e Adultos
- Educação popular
- História da filosofia no Brasil
- Inibição cognitiva
- Método Paulo Freire
- Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos – MOVA
- Pedagogia da Autonomia
- Psicologia educacional
- Psicopedagogia
- Reuven Feuerstein
Notas
- ↑ Quando a instituição descreve o título concedido.
Referências
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- ↑ «Programa da TV UFPB apresenta obra de Paulo Freire em 30 vídeos disponíveis no youtube». Consultado em 8 de Junho de 2017
- ↑ «Mitos e verdades sobre a obra de Paulo Freire». Nova Escola. Consultado em 14 de abril de 2019
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Ligações externas
- Centro de Referência Paulo Freire
- Biblioteca Digital Paulo Freire
- Centro Paulo Freire
- Instituto Paulo Freire
- Centro de Investigação em Educação Paulo Freire da Universidade de Évora
- Cátedra Paulo Freire
- Paulo Freire é terceiro teórico mais citado em trabalhos acadêmicos no mundo, Hypeness
- Paulo Freire e a Emancipação Digital
- Projeto Memória
- Entrevista com a viúva de Paulo Freire, autora do livro “Paulo Freire, uma história de vida”, lançado pela editora Villa das Letras
- Carta de Paulo Freire aos professores
- PAULO FREIRE — CONTEMPORÂNEO documentário exibido pela TV Escola
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